Se antes fazer intercâmbio era coisa de adolescente ou recém-formados, hoje em dia essa realidade mudou bastante e os jovens intercambistas estão ficando cada vez mais “experientes”.
A carreira, o namoro, o casamento e mesmo filhos não mais impedem a busca pelo desejo de uma experiência no exterior e encontrar histórias de “trintões” que largam tudo, botam a mochila nas costas e correm para realização de seus sonhos é cada vez mais comum.
Viajar é oportunidade para quem passa dos 30
Carlos Fernandes, 35, de Taubaté (SP). Como a empresa que trabalhava estava fechando as portas, ele viu a oportunidade de se aventurar no exterior bater à sua porta. Mesmo tendo convite para assumir uma vaga em outra cidade, preferiu jogar tudo para o alto e voltar à vida de estudante.
Fez as malas e, com a namorada – que já havia morado em Dublin –, correu para realizar um sonho antigo: conhecer castelos medievais. “Quem tem mais que 30 anos sabe que certas oportunidades passam a serem únicas em nossas vidas. Era a hora certa, tudo se encaixou, minha família me apoiou. Tudo conspirava a favor”, disse.
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Intercâmbio bem além dos 30 anos
O desejo acompanha aqueles que também já viveram uma vida inteira, criaram filhos e então fizeram a mala. Assim também fez jovem senhora Maria Ideni Tatsch Dias.
Gaúcha de sorriso fácil, 58 anos e viúva, botou a mochila nas costas e voou para a Irlanda para acompanhar a filha que se casou com um irlandês e hoje tem residência fixa no país.
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Maria encarou aulas de inglês e fotografia entre passeios e visitas à filha que mora próximo à capital. “Decidi vir porque minha filha mora aqui há mais de cinco anos. Me adaptei muito facilmente, pois não é muito diferente de como me criei”, disse, referindo-se ao ritmo de vida calmo e a qualidade de vida que a ilha proporciona.
Ela teve apoio de todos sobre sua decisão, então não pensou duas vezes antes de mergulhar em uma nova cultura.
Sensação de dever cumprido
Saudades do sol, do calor e da culinária brasileira são constantes, mas é difícil encontrar alguém que se arrependa do vôo alçado.
Carlos Fernandes voltou ao Brasil com a sensação de dever cumprido. “Quando chegamos temos em mente muitas ideias, algumas delas se concretizam, outras não e muita coisa que você não havia planejado acaba acontecendo também. Em resumo, volto feliz”.
Maria Tatschi talvez ainda alterne meses aqui em Dublin e outros no Brasil, entre ambos os filhos, mas se diz feliz morando aqui, entre parques e pubs.
80 carimbos no passaporte em 50 anos
Um dos textos mais populares publicados aqui no E-Dublin em 2011 também serve de exemplo para quem ainda teme a idade na hora de fazer as malas e cair no mundo.
A Rosangela, uma dessas personagens incansáveis, resolveu deixar o Brasil no auge dos seus 50 anos, bem vividos, bem viajados, já que possui mais de 80 carimbos no passaporte.
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Cinquentona, desembarcou na Irlanda cheia de entusiasmo como a maioria, procurou emprego como todos fazemos, dedicou-se as aulas, chorou, riu, divertiu-se e no final do período estipulado por ela voltou ao Brasil.
Precisa dizer mais alguma coisa? Rosangelas, Eduardos, Marias, Joãos e Bernadetes, ou seja qual for o seu nome, lembre-se: sonhos nos mantêm vivos, alimentam a alma e nos faz transpor muros altíssimos, muitos deles criados unicamente em nossas mentes, outros pela sociedade, mas uma coisa é certa, não há idade para acreditar em si mesmo e muito menos para se aventurar num intercâmbio!
Artigo originalmente publicado em abril de 2013
Como é fazer intercâmbio depois dos 30 anos? publicado primeiro em https://www.e-dublin.com.br/
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